terça-feira, 27 de novembro de 2007

Eu acredito!!!




A lua está linda hoje, as nuvens que tenta escondê-la fazem parte da festa, possuem um tom avermelhado, ou laranja não consigo ao certo distingui as cores celestiais. Há algum tempo passei acreditar, até no que não vejo, passei a abrir os olhos para a matrix da criação, e para isso bastou acreditar. Minha realidade passou a se confundir com meus sonhos e passei a sonhar mais. Pensei no meu ultimo amor, e descobri enfim por que se foi, simplesmente por que não acreditei. Hoje não busco mais um amor, pois ele está dentro de mim, ele está em minha volta em cada partícula de ar que respiro. Acredito como nunca acreditei, dizem que crer e ter fé são sinônimos, nem precisei olhar o dicionário para crer que isso era verdade. Afinal eu acredito que seja. Acredito que posso tocar as nuvens e minha meditação tomou um novo rumo, quando fechava os olhos e forçava uma inspiração, nada de real acontecia, apenas ilusões, coisas criadas pela minha cabeça, forçava a minha consciência a me enganar. E me enganava. Eu era o senhor do meu próprio sofrimento. Era eu quem despertava as minhas tristezas. Agora no inicio de tudo não sobrou nada. E tudo se abriu. Como um vale que deixou de ser alucinógeno, como se eu houvesse largado as drogas. Essas que apenas usei para fortalecer a minha consciência forçada. Ah, como a vida deixou de ser algo real. Como a visão cruel da morte deixou de ser cruel, pois agora nem consigo pensar nela. Algo diferente aconteceu, não sei quando nem onde e nem por quem foi. Devo em uma de minhas aventuras românticas e boemias, ter beijado ou tocado um anjo, impossível descobrir agora quem foi e se ele realmente existe. Mas não penso nisso, pois só sei se é verdade, e nem quero saber se o decepcionei, por que se fiz isso, certamente serei perdoado, pois se esse anjo tinha um propósito, ele conseguiu. Se o objetivo divino dele era me transformar, que Deus o abençoe por toda a eternidade, pois ele conseguiu. E a maior certeza que tenho é que ele tinha certeza que conseguiria. Não desejarei revelo... Para agradecer. Não agora. Neste momento só desejo que eu e ele goze da felicidade de estarmos seguindo os nossos caminhos, por estarmos acertando e seguindo a nossa missão. O anjo da fé, anjo da luz, anjo da força, devo ter te beijado embriagado, e tu deves ter provado um pouco da felicidade humana, do gosto da cerveja e do meu calor humano. Se foi bom não sei, só saberia se soubesse quem foi.
Passei a crer em cada segundo da minha vida, e passei a ter certeza que a vida é eterna, e que tudo que vivemos fazem parte de um reveillon com fogos de artifício no primeiro segundo de um novo ano. Aquele segundo que ligamos para todos que amamos, aquele segundo que é eterno, até nos darmos conta que o dia primeiro já amanheceu.


Por: Jonathan Cabo

quinta-feira, 22 de novembro de 2007




Em algum lugar

Se eu escrever e te contar tudo que vi, se eu narrar como eram as pedrinhas daquela estrada, ou como era o acento do segundo vagão daquela Maria fumaça você acreditaria. Prometo que vou te falar sobre tudo isso. Se eu sussurrar no seu ouvido como foi meu ultimo sonho, ou do desejo que fiz quando era criança diante de uma estrela amarela, ou mesmo se eu te contasse sobre unicórnios, grifos e corcéis, talvez você não acreditasse. Certamente se eu te apresentasse todos amigos que fiz na minha trajetória, você teria um orkut mais cheio, não sei quando eu vou voltar, na verdade nem sei quando eu fui só sei que não estava mais aqui. Por onde andei? Comecei do fim. Outro dia estava em meio dos anéis de saturno, pensei em roubar um deles para te pedir em casamento. Tenho sorte quando estou em perigo, talvez seja porque estou sempre pensando em você. Mas possuo um grande problema, se eu conhecer alguém em uma curva ou em meio de uma ilha deserta poderei te deixar. Por que não sei quem sou, a ultima vez que tentei me conhecer me decepcionei. E não quero fazer isso contigo. Queria apenas que entrasse no carro comigo, colocasse a mão para fora da janela e fechasse os olhos, de forma que eu pudesse ver seus cabelos soltos ao vento, uma pequena visão do infinito. Mas a qualquer instante poderia saltar do carro. Poderia abandonar essa bela visão, apenas para saber como é cair de um carro em movimento. Faço tudo que posso nesse mundo que não sei por onde andar. A ultima vez até tentei voar, não me lembro como foi por que acordei no hospital com uma pequena amnésia. Mas adivinha não esqueci do seu sorriso. Escondo-me como naquelas brincadeiras de criança, espero você me achar, te agarro pelo braço e te mostro meu esconderijo. Convenceria-te a subir na mesa da coordenação apenas para que você dissesse que quer ser livre. Na ultima vez que me apaixonei, acho que foi a ultima, não sei, na verdade nem sei quando me apaixono. Nunca sei quando é verdade ou quando estou simplesmente querendo. Meu coração vive em uma guerra fria com meu cérebro, e eles discutem o tempo todo sobre o amor de Eros e a racionalidade de Vênus. Daí escuto a nossa musica, aquela que começa com um acorde de violão, não sei se é Dó ou Lá. O que me deixa feliz são os momentos simples, sim, é cada segundo de minha vida, nem me lembro a ultima vez que chorei. Preciso chorar para te convencer que te amo? Ok, então me lembrarei de como se faz isso. Mas não tente me ensinar por que não aceitaria ver uma lagrima sua rolar. Nem que fosse de alegria, talvez. Sabe entre todos esses sentimentos românticos surreais, me importo com o expressionismo de Monet, com as cores variadas de um céu durante a sua Aurora Boreal, não estou no ártico quando consigo de olhos fechados imaginar como seria, afinal não é difícil depois de ter te beijado. Não é difícil imaginar como é o fundo do mar de dia, depois que colocou as mãos em meu rosto. Agora percebo que é hora de voltar. Dê-me um minuto, talvez dez anos, não posso afirmar, mas se puder esperar, vou voltar. Sempre volto. Sempre estou próximo do perigo, por isso que sempre quero estar ao seu lado. Depois que conheci o sofrimento, acabei me apegando a ele, e com você, sofro de forma divina. É como se eu fosse crucificado achando que estou salvando o mundo. Depois de tudo que te escrevi, quero apenas uma coisa de você, guarde apenas o papel da carta, esqueça as letras e se um dia se apaixonar por um cara normal, pode jogar fora o papel, mas jogue em algum lugar onde ele possa ser reciclado.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Lá na Terra do Nunca







Escuto o canto das Sereias
O Tic-Tac do crocodilo
A bebedeira dos piratas tomando rum
A gritaria dos meninos perdidos

Lá na Terra do Nunca

Vejo um céu cor de baunilha
Tenho visões de fadas cintilantes
Observo a dança dos índios
Meus olhos vislumbram horizontes infinitos

Lá na Terra do Nunca

Onde nunca é nunca
Onde sempre é sempre
Onde o que está certo está certo
E o que é errado também está certo

Lá na Terra do Nunca

Toco em arvores gigantescas
Piso em uma grama verde oliva
Beijo meninas sonhadoras
E como frutas de cor estranha

Lá na Terra do Nunca

Onde tudo vale a pena
Onde o acaso prevalece
Onde viver é poder voar
Onde o eterno se mistura ao segundo

Lá na Terra do Nunca

É a Terra de nossos sonhos
Sonhos infantis, de brincadeiras e doces
É a Terra da nossa realidade
Realidade que escondido no baú

Permanece sempre com o Capitão Gancho.
Por: Jonathan Cabo

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

VERDADE




Quando se apaixonar por alguém diga isso diretamente para ela. Não crie um jogo de conquista, o qual não tem certeza como pode vencer. Seja direto coloque para fora o sentimento sem medo. Ser ousado é o segredo da vitória. O amor não é um jogo de conquista ele é um sentimento que necessita em sua natureza de ser compartilhado. Deixar surgir duvidas, prejudica os dois lados. Ser paciente e ser rápido, são duas virtudes que devem se encontrar. Esperar demais significa deixar passar o momento certo, e ser rápido demais significa atropelar o momento certo. Só diga o que sente quando tiver certeza daquilo que sente. Seja sincero consigo mesmo, e com o outro. Que nada de mal irá te acontecer. Se apaixonar é um dom e não uma maldição. É um sinal de vida! Não espere que conquistar a outra pessoa com atitudes forçadas e mentirosas. E como sabemos que isso no inicio é quase inevitável. Então arrisque tudo. Entre no Bom combate e levante as suas armas. Perder com Classe e vencer com Ousadia é uma qualidade de poucos, mais que todos podem adquirir. Não aguarde outro momento, não aguarde o amanhã. Diga hoje mesmo o que você sente para a pessoa que você ama. Tenha certeza disso, e perceberá que seu corpo irá descansar. Você terá ido à batalha e lutado com dignidade. Acredite que você é capaz. Você possui essa força! Seja feliz com a verdade de uma nova paixão!

Jonathan Cabo.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Nada disso me atrai...















Nada disso me atrai...

Permanecerei de olhos fechados
Pois não quero encontrar você
Pareço estar feliz, e digo isso para eu mesmo
Estou rindo sozinho

Nada disso me atrai...

Afinal não dependo de suas nebulosas curvas
De seus lábios quentes, e de sua pele macia
Não dependo de seus cabelos soltos
Nem do seu olhar atraente

Não preciso da sua força
E de sua sensibilidade
Não pense que me conquista com seu jeito
Sou imune ao seu charme

Nada disso me atrai...

A sensibilidade de perceber as coisas
A sua mente brilhante e planejadora
A sua forma de me tocar
E sua mania de me seduzir

Seus sonhos de acordar comigo
De me levar para voar planícies distantes
De querer estar deitada no meu colo
De me levar para cama e me satisfazer

Nada disso me atrai...

É verdade! Você é tudo isso
Mais não me engana!
Você é a mulher perfeita
Aquela a qual sonhei quando estava com outras

A sua fala delicada
E seu jeito de me olhar nos olhos
Quando sorri para mim, e presta atenção no que falo
Ou quando diz que posso contar contigo

Nada disso me atrai

Sua maneira de sentar
De se vestir
De agir com outros
De observar

Essa forma única em mulher
Esse modelo angelical
Essa escultura renascentista
Essa ruptura de Eras

Nada disso me atrai...

A forma a qual mastiga
Ou como toca os lábios no copo
Como anda
E como dança

Essa maneira única de mexer com as mãos
De bater o pé no chão
De balançar os ombros
E de virar a cabeça

Nada disso me atrai...

Seus sonhos utópicos não parecem com os meus
Seus planos de vida em nada tem haver comigo
Suas estratégias de convencer
Suas formas de se comportar

Esse beijo molhado
Esse abraço forte
Esse sexo malicioso
Esse toque carinhoso

Nada disso, já disse!
Nada que faça!
Nada que desejo!
Nada disso, já disse!

Não quero repetir!
Não quero ser constante!
Não quero retribuir!
Não quero estar contigo!

Nada disso me atrai...

A não ser uma coisa...

A forma a qual diz: Eu te amo.

terça-feira, 9 de outubro de 2007




Síndrome de Peter Pan

Sofro de um bem, maior que eu
Vivo a voar e a deitar nas estrelas
Em busca da Terra do Nunca
Da fantasia de índios perdidos

A procura de uma luta justa
Contra um capitão de gancho
Aquele que me ama, e me odeia
Quero conversar com sereias

E viver eternamente sendo criança
Na companhia de amigos perdidos
Na felicidade e aproveitar cada segundo
Prevalencendo-me de um relógio na barriga

Quero entrar pela sua janela, pegar sua mão
E te levar para voar, em pensamentos positivos
Mostrar-te que tudo é energia e inconstante
Provar-te que sou garoto e você é menina

Saber que está louca para beijar meus lábios
Com um tal de beijo
Que desconheço o verdadeiro sabor
Mas que certamente faria-me levitar mais alto

Sofro do mal de querer ser eterno
E querer que você não queira crescer
Sofro de um mal que é o bem de querer
Sempre ser garoto e lutar contra o medo!

Jonathan Cabo

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Da Coragem de continuar




NUMA ESTRADA DE MIL LÉGUAS É NECESSARIO QUE SE DÊ O PRIMEIRO PASSO!

Um belo dia percebi que nada é capaz de nos destruir a não ser nós mesmos... A vida nos foi dado, oferecida, de graça. E muitas das vezes do fruto de um amor. Se nasceu do amor, por que nos deixar abater pela tristeza? Quando percebemos o quanto podemos ser feliz com coisas simples, acordamos de uma pesadelo materialista e soberbo. Quando começamos a sentir a Luiz do sol tocar o nosso corpo com uma intensidade verdadeira, provamos a nos mesmos que somos capazes de sentir o gosto daquilo que a vida oferece de melhor, ela mesma. Por que nos maltratar procurando resposta em perguntas tão mal formuladas. Por que nos indagarmos sobre questões que não foram resolvidas nem pelos maiores gênios da historia humana? Por que permanecer inerte diante dos cometas que viajam a grandes velocidades? Por que pensar que não encontraremos a pessoa certa durante toda a nossa vida? Existem mais de 6 bilhões de pessoas no mundo, acredita mesmo que vc não tem uma segunda, terceira ou 6 bilhões de chances de recomeçar? Por que cansar no inicio da estrada, já imaginou o tamanho da terra com todos seus mares e continentes? Com toda a sua beleza natural e de lugares fantásticos construídos pelo homem. E vc percebeu que em todo esse espaço vc não ocupa nem 2 metros quadrados? Por que achar que somos tão pequenininhos se a cigarra consegue cantar a noite inteira? Prometa a si mesmo, hoje que não pensaremos mais nisso. Prometa que a partir de hoje seremos um só, e sentiremos o sopro de Deus em cada brisa. Prometa a si mesmo, que nunca mais iremos nos ver como perdedores. Vamos juntos riscar uma palavra do dicionário, MEDO. De hoje em diante seremos andarilhos seres pulsantes ansiosos por mais um sorriso ou um abraço de um desconhecido. Prometemos ser mais gente! Mas feliz e que guardaremos todos os nossos melhores momentos dentro do arquivo da memória, e só lembraremos do que foi bom. Vamos prometer que: Fizemos tudo certo! E ninguém errou. E por fim cantaremos debaixo do chuveiro com ritmo errado e letra trocada a canção da VIDA! Por Jonathan Cabo

quarta-feira, 29 de agosto de 2007





Ser.

Hoje acordei repudiando o que sou, estava cansada do meu eu, da pessoa que me transformei. No auge do meu auto conhecimento, percebível que era só mais um dia em crise, nada mais natural no Universo de uma mulher.
Comentando com meu pai tal situação, recebi a mais estranha das respostas, em forma de uma frase mais que sábia.

---- Quando chegamos ao ápice de nossos anseios realizados, nos permitimos voltar ao tempo que éramos meros idealizadores.

Como não era o meu dia mais inteligente, custei a entender, desconversei para não voltar a fazer à expressão de ignorância que fiz no momento anterior ao escutar a frase.

Voltando a pensar na frase horas mais tarde... Veio-me seguinte conclusão (é tão obvia que a minha expressão voltou a ser de ignorância)...O ser humano tem dessas coisas quando criança, desejamos nos tornar adultos, quando quase lá, além de adultos desejamos ser bem sucedidos dentro de nossas escolhas, e quando lá, no ápice dos desejos realizado, nos permitimos um último desafio, voltar a sermos o nada..... Sem ser colecionadores de metas já vencidas, mas agora com metas muito mais simples e talvez mais importantes como apenas ser feliz sem se importar com o inútil.
Pois esse é o pior dos desafios, como deixar de ser tudo que desejamos uma vida?
Não precisamos nos preocupar com a resposta, pois a vida se encarrega de responder....

---- Envelhecer é assim minha filha!

Nem tão simples quanto mascar chiclet’s, muitos não entenderão tal pensamento, não perceberão tal feito nem aceitarão!
O envelhecer tarda para uns, mas nunca falha. E isso é para todos!

Eu me permito!


Mariana Gracia






Se eu falasse a língua dos anjos...

Você acreditaria em mim?
E se eu falasse a língua dos homens...
Você acreditaria no meu amor?
Talvez se eu falasse a língua dos animais...

Talvez se u fosse mudo e escrevesse para você...
Cartas e mensagens de amor...
Não, você não acreditaria em mim.
Não conheço o meu pecado, mas você insiste em me julgar

Queria que minhas palavras fossem divinas
Um canto de Orfeu, uma melodia de Vinicius
Queria que toca-se a minha boca quente, quando eu falasse
Sentiria que estou falando a verdade...

Nem mesmo os anjos teriam o meu calor
Mesmo que eles te recitassem poesias
Você não teria tanta certeza que te amo.

Aos poucos me perco em meio do Nirvana
No meu leve fechar de olhos, não vejo mais palavras
No fundo percebo que nem te vejo mais
Não imaginava que tivesse tanta imaginação

Deixa ao menos eu te dizer, fique!
Deixe apenas eu te levar para voar!
Deixe o meu canto te abraçar...
Deixe, por favor! Deite.

O silencio não aplacará o desejo
Preciso que me diga.
Preciso que fale a língua que eu entenda
Preciso que fale a língua que és serena

A língua dos anjos.
A língua do amor
Fale bem baixinho, que ainda me ama.

Jonathan Cabo – 29 de Agosto de 2007

terça-feira, 28 de agosto de 2007




"Havia uma garota cega que se odiava pelo fato de ser cega. Ela também odiava a todos exceto seu namorado. Um dia, ela disse que se pudesse ver o mundo, ela se casaria com seu namorado. Em um dia de sorte, alguém doou um par de olhos a ela. Então o seu namorado perguntou a ela: Agora que você pode ver, você se casa.comigo?
A garota estava chocada quando ela viu que seu namorado era cego! Ela disse: Eu sinto
muito, mas não posso me casar com você porqque você é cego. O namorado afastando-se dela em lágrimas disse: Por favor, apenas cuide bem dos meus olhos, eles eram muito importantes pra mim...Nunca despreze quem ama você..!!! As vezes as pessoas fazem certos sacrifícios e nós nem ligamos."

(Conto urbano - Anônimo)

sábado, 25 de agosto de 2007

Nossa Casa.




Nossa Casa.

Quem disse que era para ser diferente? Melhor é impossível. Embora não deixe de reparar a poeira nos moveis, e a bagunça que criamos em nossa casa, devo admitir; ela era bonita. Acredito que ela não possuía bons alicerces, nunca fui um bom engenheiro mesmo, mas você também nunca foi uma excelente dona de casa. Então a casa estava fadada a ser alugada para outros inquilinos. Durante um tempo a deixamos vazia, com o moveis cobertos com lençóis brancos, parecia uma casa fantasma, até nós, tínhamos medo de entrar nela. Quando saímos deixamos tudo para trás, fotos, piano, maquina de escrever e até a nossa cama. Lembro-me que outro dia nós encontramos na rua, e caminhamos juntos até a casa, lá resolvemos que já poderíamos tirar os lençóis por que a nossa historia não tinha nada de aterrorizante, então por que esconde-la embaixo de panos brancos? Descobrimos tudo naquela tarde, e fizemos amor. Foi a ultima vez que fizemos amor em nossa cama.

Lembro-me que eu planejava ter filhos, para que eu pudesse ensina-lo um pouco de música, mas lembro também que você não estava preparada e evitava o assunto. No fundo você não estava preparada não para ser mãe, mas não estava preparada para ter uma vida a dois. A nossa casa depois daquela tarde foi novamente abandonada. Esquecemos de colocar lençóis brancos em cima dos moveis, não tenho plena certeza se esquecemos ou se não queríamos mesmo colocar, afinal depois daquela tarde o sol voltou a entrar pela janela, e clareou o nosso quarto. Parecia que tudo iria voltar a ser o que era. Mas certamente essa não seria a melhor opção de vida para os dois. Os nossos destinos realmente foram traçados na maternidade, e nele estava escrito que a nossa historia teria um inicio um meio e um fim.

Sempre tentamos planejar um final feliz, que pudesse condizer com nossa historia. Esperávamos que mesmo se voltássemos a cobrir a nossa casa com lençóis, e até mesmo aluga-la, queríamos que ela sempre continuasse lá. No mesmo lugar, na mesma rua. Para que se um dia passássemos perto dela com nossos respectivos filhos, lembrássemos de como fomos felizes naquela casa. Esperávamos que aquele coqueirinho que estava no quintal ainda novo crescesse e chegasse aos pontos mais altos da cidade. E que um dia pudéssemos olhar pra o alto e observar as suas folhas ao vento, chorássemos de felicidade em saber que nossa historia estava conservada em uma casa de tijolos e em uma gigantesca arvore. Teríamos a certeza de que fizemos tudo certo. Teríamos a satisfação de estar ali, mesmo com vidas separadas. Olharíamos nos fundos da casa e ficaríamos felizes por tudo que vivemos em cada pedacinho daquele chão.

Mas o que planejamos durante muito tempo deu errado, em uma tórrida noite, do dia 24 de agosto de 2007, começou a chover muito, olhava para a janela e não queria sair do meu apartamento, por que estava com muito medo. Não sei o que tanto me aterrorizava naquela noite, mas eu tinha um pressentimento ruim, sabia que não seria uma noite tranqüila. Estava sentando de frente para a janela, bebendo minha cerveja, quando vi do outro lado da cidade um raio cair. Fez um barulho infernal, fiquei com ainda mais medo. E quase fui dormir. Até ver as chamas aparecerem, nunca tinha visto tanto fogo no céu. Parecia que os demônios haviam invadindo o paraíso. E acho que realmente foi isso que aconteceu. Percebi mesmo muito distante que as chamas estava muito próximo a nossa antiga casa lá onde havíamos tido uma historia e que agora estava para alugar. Mesmo debaixo de chuva sai do meu apartamento, e corri para o outro lado da cidade, eu ofegava e suava mesmo debaixo de uma chuva sinistra. Queria chegar perto e tentar ter certeza que o que eu tinha visto era apenas uma ilusão, e torcer no mínimo que o pior não tivesse acontecido. Que as chamas viessem de um outro lugar.

Para minha maior decepção cheguei a nossa casa, e era realmente ela que estava em chamas, os bombeiros estavam em volta, mais nem a chuva e nem a água que eles jogavam diminuía as chamas que há essa altura já havia consumido praticamente toda a nossa casa. Diante daquele espetáculo de luz e dor, me ajoelhei e chorei, chorei como uma criança, e pensei em todas as palavras que você havia me dito dentro daquela casa. Lembrei-me do nosso primeiro encontro, e do nosso primeiro dia dentro da nossa casa. Lembrei-me do carro que saia daquela garagem quando íamos viajar. Lembrei-me da bagunça, das brigas, dos beijos, e até do gosto de sua comida. Lembrei-me de cada móvel que compramos, lembrei-me de cada instante, momento, segundo que nos abraçamos dentro daquela casa, em que estava contida a nossa historia de amor. Tudo estava lá, não levamos nada embora, por que sempre achávamos que ela seria eterna. Mas não foi. As chamas destruíram tudo, nem mesmo o coqueiro do quintal sobreviveu a tanto horror. Era demais para mim, meu coração estava aflito, desconcertado, agoniado... Não sabia se eu entrava para resgatar alguma coisa, ou se corria daquele lugar. O inferno havia alcançado o meu coração. E minha dor foi aumentada, até que você chegou. Apareceu com um olhar horrível. Parecia não estar vendo o que eu estava vendo. Mesmo sabendo que tudo estava acabando, você mentia para mim dizendo que as chamas eram de mentira. E que eu estava ficando maluco. Gritou comigo, e me culpava de não ter cuidado mais da casa. Como eu poderia ter evitado aquele raio? Afinal não tive culpa da chuva, e você mesma disse que a casa não precisava de para raios, a culpa logo foi sua. Então por que mentia para mim?

Mas transtornado do que nunca fui embora, voltei para o meu apartamento, bebi como um verdadeiro bêbado, querendo que o sono me abatesse e que eu caísse dormindo. Por que sempre soube que nada melhor que o dia seguinte para nos recuperamos das tristezas.

Dormi o sono eterno, que durou dias, parecia que nunca mais iria acordar. Sonhei com frutos, neve e com o mar. Sonhei com partidas de sinucas e com mulheres. Sonhei com filhos, pais e mães. Sonhei com quase tudo que você possa imaginar. Sonhei com lugares e momentos que conheci, minha vida passou inteira durante uma noite de sono. Sonhei com meus planos, meus desejos, e com uma nova vida. Ela era diferente daquela que eu estava levando agora, e muito diferente daquela que levei contigo. O céu tinha cor de Baunilha, como se o sol estivesse se pondo a todo segundo. Que sonho lindo.

No dia seguinte amanheci com uma tremenda dor de cabeça, fruto da bebedeira. Minha cabeça parecia uma rocha e as ondas do mar vinham de segundo em segundo bater contra ela. Ainda desnorteado fui até a janela, e vi que não havia mais fogo. Olhei para o meu celular e vi algumas chamadas não atendidas de um numero que me era familiar.

Fui caminhar pelas ruas da cidade. E cheguei em uma rua onde havia muitos escombros e cinzas. Aquele lugar me era familiar. Mas não me lembrava exatamente o que me era familiar naquele monte de cinzas. Uma mulher se aproximou. Disse que me conhecia e que tivemos uma linda historia debaixo daquelas cinzas. Não reconheci a mulher. E nem os escombros. Todo o meu passado que ela tentava me recordar estava perdido na noite anterior. Disse que infelizmente não há reconhecia e parti. Voltei para o meu apartamento. Cozinhei, li alguns livros, fui e voltei do trabalho. E levei uma vida normal. Na noite do dia 25, apenas uma pergunta ficava na minha cabeça. Como as pessoas podem deixar que suas casas peguem fogo? Sem saber qual havia sido o motivo do fim daquela casa, me perguntava: Como as pessoas abandonam a suas historias assim? Os pensamentos foram morrendo e percebi que eu tinha mais o que fazer do que me preocupar com a vida dos outros. E que agora segundo meu sonho, a minha vida recomeçaria. Prometi a mim mesmo, ter extintores de incêndio em casa. Prometi que a mulher que aparecer para mim, não vai mais apenas recordar do que vivemos, ela irá viver cada um deles intensamente comigo. Prometi a mim mesmo, que meus pedaços ficariam presos ao meu corpo e que eu não deixaria mais que alguém os usa-se. Prometi a vida, que o passado está no passado, e esse é o seu devido lugar. Mas algo ainda me incomodava, não estava mais na minha cabeça e sim no meu corpo. Tirei toda a minha roupa e fui tomar um banho de sal grosso, mas não adiantou. O que pesava ainda nesse corpo, enquanto escovava os dentes percebi um anel em um dos meus dedos. Um anel que estava escurecendo, que não tinha mais nada haver com o meu corpo. Tirei ele do meu dedo, e sentir uma enorme leveza. Pensei em joga-lo fora. Mas o guardei em algum lugar que nem me lembro mais. E só fiz por que ele parecia ter sido o único sobrevivente do fogo daquela casa. O guardei, para que talvez um dia eu tente me lembrar o que tanto me assombrou ao ver aquela casa derretida. E talvez tentar refletir sobre as historias que aconteceram lá, e foram destruídas. Tenho um pouco de pena dos donos daquela casa. Que não souberam preservar o melhor que a vida nos deu, nossas lembranças.

Jonathan Cabo – 25 de agosto de 2007

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Não faça por mim.





Se eu morrer antes de você, faça-me um favor.
Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus
por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito,
ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri,
mostre que eu tinha um pouco de santo,
mas estava longe de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio,
mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio,
mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo,
chame a atenção deles.
Se sentir saudade e quiser falar comigo,
fale com Jesus e eu ouvirei.
Espero estar com Ele o suficiente
para continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever
alguma coisa sobre mim,
diga apenas uma frase :
' Foi meu amigo, acreditou em mim
e me quis mais perto de Deus !'
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxuga-la,
mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído,
irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando,
dê uma espiadinha na direção de Deus.
Você não me verá,
mas eu ficaria muito feliz
vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai,
aí, sem nenhum véu a separar a gente,
vamos viver, em Deus,
a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas ?
Sim???
Então ore para que nós dois
vivamos como quem sabe que vai morrer um dia,
e que morramos como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido
se traz o céu para mais perto da gente,
e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Eu não vou estranhar o céu . . .
Sabe porque ?
Porque...
Ser seu amigo já é um pedaço dele !

Vinicius de Moraes

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

SE O AMANHÃ NÃO VIER...






Bom dia

Naquele dia triste para tantas famílias envolvidas no acidente do avião da TAM, segue abaixo um texto que foi anexado no mural de comunicação interna da empresa, pelo marido de uma das aeromoças mortas.
Boa reflexão a todos!!!

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SE O AMANHÃ NÃO VIER...

Se eu soubesse que essa seria a última vez que eu veria você dormir
Eu aconchegaria você mais apertado,
E rogaria ao senhor que protegesse você.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que veria você sair pela porta,
Eu abraçaria, beijaria você, e chamaria de volta,
Para abraçar e beijar uma vez mais.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que ouviria sua voz em oração,
Eu filmaria cada gesto, cada palavra sua,
Para que eu pudesse ver e ouvir de novo, dia após dia.

Se eu soubesse que essa seria a última vez,
Eu gastaria um minuto extra ou dois, para parar e dizer: EU TE AMO
Ao invés de assumir que você já sabe disso.

Se eu soubesse que essa seria a última vez,
Eu estaria ao seu lado, partilhando do seu dia, ao invés de pensar:
"Bem, tenho certeza que outras oportunidades virão, então eu posso deixar passar esse dia."

É claro que haverá um amanhã para se fazer uma revisão,
E nós teríamos uma segunda chance para fazer as coisas de maneira correta.
É claro que haverá outro dia para dizermos um para o outro: "EU TE AMO",

E certamente haverá uma nova chance de dizermos um para o outro:
"Posso te ajudar em alguma coisa?"
Mas no caso de eu estar errado, e hoje ser o último dia que temos,
Eu gostaria de dizer

O QUANTO EU AMO VOCÊ,

E espero que nunca esqueçamos disso.

O dia de amanhã não esta prometido para ninguém, jovem ou velho,
E hoje pode ser sua última chance de segurar bem apertado, a mão da pessoa que você ama.

Se você está esperando pelo amanhã, porque não fazer hoje?

Porque se o amanhã não vier, você com certeza se arrependerá pelo resto de sua vida,
De não ter gasto aquele tempo extra num sorriso, num abraço, num beijo,
Porque você estava "muito ocupado" para dar para aquela pessoa, aquilo que acabou sendo o último desejo que ela queria.

Então, abrace seu amado, a sua amada HOJE.
Bem apertado.
Sussurre nos seus ouvidos, dizendo o quanto o ama e o quanto o quer junto de você.
Gaste um tempo para dizer:

"Me desculpe"

"Por favor"

"Me perdoe"

"Obrigado"

ou ainda:

"Não foi nada"

"Está tudo bem".

Porque, se o amanhã jamais chegar, você não terá que se arrepender pelo dia de hoje.
Pois o passado não volta, e o futuro talvez não chegue.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Cadê você?




Depois de tanto tempo ainda sinto a sua falta. Não tenho mais a sua presença e seus sorrisos, não tenho mais você. Meu coração se entorta de dor. A nevoa que está em minha frente parece que nunca irá se dissipar, ela permanece sólida tão obscura que não consigo ver o caminho que está em minha frente. Estou novamente me perdendo. E você não está aqui para me ajudar. Para me encaminhar, apontar a direção. Pois você tinha uma lanterna potente com uma luz tão forte que iluminava a mais tórrida escuridão. Eu te seguia como um cão fiel. Era seu leal escudeiro. Mas um dia você sumiu em meio as brumas. Seguiu o seu caminho, subiu as escadas para o céu. E eu fiquei. Tenho certeza que você me ensinou como caminhar, mas ainda era muito cedo para que eu ficasse só. Era muito cedo para que eu seguisse esse caminho da vida. Já perdi coisas tão importantes que meu cinto de utilidades ficou vazio. Não tenho nenhuma carta na manga para uma ultima cartada se for necessário. Não aposto mais em nada pois tenho a certeza que posso perder. Queria muito que estivesse aqui meu pai. Você teria as palavras mais tortas possíveis. Diria as maiores besteiras que já ouvi, mas seriam essas palavras que aliviariam a minha alma descontente. Seria o seu humor sem igual que quebraria o muro da escuridão. A sua alegria de viver abriria todas as portas, por mais rígidas que pudessem ser. E eu? O que tenho? Naturalmente com a vida aprendi algo que você não tinha, um coração nostálgico que finge sempre estar bem. Que sorri como escudo para o mal. Eles estão sempre do meu lado, esperando que eu tropece. Me assediam com lobos famintos, aguardando o meu momento de desespero. Como facilito as coisas. As vezes perco o meu ser guerreiro, e me transformo em um inseto frágil e nojento. Perco meus ideais. Aqueles os quais te falava e você se apaixonava. Sempre me conheceu como um verdadeiro lutador, nunca abaixei as armas diante dos desafios que nos assolavam, o senhor sabe que sempre fui seu braço direito. E hoje sem você, sou apenas um braço débil, torto, desarmado e fadado a ficar sem meu corpo. Meu pai, meu senhor, meu rei. Como sinto a sua forte presença.
Hoje não sei se mais do que nunca, pois sempre me perco. Sempre me transformo em um ser confuso e complexo. Abstrato e sem razão. Um homem movido pelo coração que já foi mais arrebatado que as costas de um escravo. Como sinto a sua falta. Colocaria-se em meu lugar e não pediria nada em troca apenas que eu não sofresse. Me livrava das piores armadilhas. Orientava minhas pernas para que eu não pisasse em buracos de leões. Cadê você meu pai? Cadê você? Sinto a sua presença, você cuida de mim mesmo distante talvez por isso. Só por isso não tenho medo de caminhar. Mesmo na mais completa escuridão, mesmo com o coração partido, mesmo com um braço só, ou sem as pernas, mesmo sozinho, mesmo com a presença de lobos... Ainda assim irei continuar pelo amor que sempre dedicou a mim.

Te amo.

(Em memória do meu Pai Agostinho Costa do Cabo – 1956 – 2006)

sábado, 14 de julho de 2007

Balada do Louco






Dizem que sou louco
Por pensar assim
Se eu sou muito louco
Por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz

Se eles são bonitos
Sou Alain Delon
Se eles são famosos
Sou Napoleão

Mas louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu

Se eles têm três carros
Eu posso voar
Se eles rezam muito
Eu já estou no céu

Mas louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu

Sim, sou muito louco
Não vou me curar
Já não sou o único
Que encontrou a paz

Mas louco é quem me diz
E não é feliz
Eu sou feliz!

(Arnaldo Baptista e Rita Lee)

Sempre




Sempre esqueço o que devo sentir
E passo a me desconhecer, apenas por ti
Intensamente sinto aquilo que não deveria
E surpreendentemente me espanto com o seu sorriso

Está além da imaginação.
Está distante em um pólo contrario ao meu
Sente o que eu sinto... Obviamente. Você também é humana
Os meus desejos não são tão imperfeitos

És um anjo distante
Está muito perto do céu
Pois é única, escolhida a dedo
Quem é você? Não me diga.

Quando penso nos instantes sentados
E acredito em um horizonte e futuro melhor
Distante você ainda está.
Mas parece estar sentada ao meu lado.

Em meio as brumas turvas do dia de inverno
Seu rosto é modelado pelas nuvens
Como uma criança invento a brincadeira
De tentar encontrar seus olhos e seu sorriso

Em um breve piscar de olhos tudo some
E volto a minha realidade, o meu presente
Que é estar vivo. Feliz em ter te conhecido
Sempre, entenderá o que quero dizer

Eternamente
Distante
Sempre
Presente

O tempo se enrosca em minha mente
E esqueço as horas que se passaram
O sonho estava tão bom, por que então acordar
Vamos permanecer dormindo.

Sempre quando o sol estivar mais forte
Ou sempre, que tocar com meus pés a areia
Sentirei a força de Deus.
Saberei que ele nos abençoa.

Talvez eu seja mais abençoado
Por ter conhecido você.
Mas isso não vem ao caso
Pois a benção é para todos que te conhecem

Sempre, sempre, sempre...

Infinito como o amor de Deus.
Puro como os dentes-de-leão que o vento leva
Que campo lindo se tornou a minha vida
Quando entendi o que é o sempre.

Quando passei acreditar que embora nada seja para sempre.
Será sempre eterno, enquanto durar...
Roubando as frases do poeta
Não me sinto menos um... E sim feliz por lembra-lo

Lembra-lo ao me dedicar escrever algo para ti.
Acredite, ele também deve estar feliz.
Por um instante fiquei triste... Um instante que não é sempre.
Por saber que estou acabando...

Acabando de escrever o seu poema.
O seu eterno sempre.
Mas não se preocupe.
O brilho de seus olhos permanecerá...

Sempre que eu olhar as estrelas...
E pode ter certeza.
Elas sempre, sempre...
Permaneceram lá.

Jonathan Cabo - A minha amiga: Ligia.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Tudo que eu Faço faço por você






Olhe dentro dos meus olhos - você verá
O que você significa para mim.
Examine seu coração - examine sua alma
E quando você me encontrar lá, não vai procurar nunca mais.

Não me diga que não vale a pena tentar,
Você não pode me dizer que não vale a pena morrer [por isso].
Você sabe que é verdade,
Tudo que eu faço - eu faço por você.

Olhe dentro do meu coração - você descobrirá [que]
Não existe nada lá para esconder.
Aceite-me como eu sou - tome minha vida,
Eu a entregaria totalmente - eu a sacrificaria.

Não me diga que não vale a pena lutar [por isso],
Eu não consigo evitar - não há nada que eu deseje mais.
Você sabe que é verdade,
Tudo que eu faço - eu faço por você.

Não existe amor - como o seu amor,
E nenhuma outra - poderia oferecer mais amor.
Não existe lugar algum - a menos que você esteja lá
Todo o tempo - até o fim.

Oh - você não pode me dizer que não vale a pena tentar,
Eu não consigo evitar - não há nada que eu deseje mais.
Eu lutaria por você - eu mentiria por você,
Caminharia na corda-bamba por você.
Sim, eu morreria por você

Você sabe que é verdade,
Tudo que eu faço - eu faço por você...

Bryan Adams

Sou um ser Humano







Antes não fosse a ter que sofrer tanto
Antes me dessem a chance de ser um rato
Para meu infortúnio nasci com cérebro enorme
Penso mais do que existo, por isso não existo

Estou aquém das indagações e esqueci as perguntas
Vivo em horizontes distantes onde existem dois sóis
Durmo em um berço feito de madeira que não entorta
Estão tão distante do meu pé que não o vejo mais

Meus olhos parecem rodas medievais que apenas rodam
Circulam pelo ambiente, com uma visão sobrenatural
Sobre o que na verdade eu sou. Se é que sou.
Ah, sim. Sou um ser humano

Repleto de medo e angustia
De amor e de carinho
Vivo em um sistema capitalista
Marx me odiaria

Não sei quem não odiaria...
Afinal sou um ser humano e sou odiado por todos
Todos os seres... Humanos ou não.
Sou amado por alguns... Meu cão é um deles.

Sou um ser consciente que vive inconsciente
Minha consciência deixou de ser virtude, quando a matei
O assassinato me transformou em um ser humano
Menos ser, mais humano.

Mesmo que tenha matado algo de minha posse...
Ainda assim, não deveria ter feito tanto.
Ao certo uma mordaça me calaria a boca.
Mas não trancaria os meus dentes

Afinal, sou um canibal
Assim como você que lê
Afinal, se lê... É um ser humano
Antes fossemos ratos.

A nossa pífia existência será lembrada
Mas não se vanglorie por isso
Nem sempre as lembranças são boas
Mas também não se aflita

Tudo nesse mundo tende a ser passageiro
Nada é permanente, triste fim o dos posteriores
Irão nos criticar seja qual for a espécie
Irão nós adorar por mais superior que sejam

Mas também serão passageiras
E um dia serão odiadas e quem sabe também adoradas
Sou um ser humano. Antes fosse desumano
A viver entre ratos.

Jonathan Cabo.

Acaso




Somente se ele permitir serei seu, ele é meu dono e a ele devo satisfações. Me ofereceu sempre o melhor, por que agora o trairia com o planejamento de algo que nem acredito, sempre esteve comigo, por que sempre entendeu o meu ser relapso e desorganizado. Pouco preocupado com o que estava para acontecer. Por isso torceu ao meu lado, foi meu fiel escudeiro, sem nunca deixar que eu o manipula-se o que na verdade nunca quis. O acaso se transformou em minha maior paixão, minha amante invisível, meu outro ser. Aquele que não se preocupa em transformar o amanhã no melhor dia de minha existência, apenas deseja que eu seja feliz em quanto eu viver. Por isso não force uma estratégia para vence-lo. Pois serão dois contra um. Enquanto acredito em sua força, em seu acaso vivo melhor. E sei que o que menos deseja é que eu seja infeliz, portanto deixe sempre que o acaso resolva o nosso destino.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Sete Virtudes Humanas III




Temperança

Engraçado como mantive o equilíbrio
Quando de perto a loucura me chamou
Ela tinha o seu nome, mas permaneci sóbrio
Será mesmo que acreditei que me amou?

As vezes acho, e por isso perco
Falho em hesitar, quando a certeza pratico
Diante de ti, as teorias são ecos
E é isso que me freia e também me torna enfático

Perto de ti essa virtude some
Desequilibra minha sanidade
Pondo em jogo até minha moral
Perco certamente meu sentido natural

O meu bordão
Sim!
Se torna um
Talvez...

A firmeza da certeza
Relativizada em complexas inadequações
Essa é a força que exerce com proeza
Em cima de minhas emoções

Tirando de mim a temperança
E a virtuosa esperança

Valer a pena








Se não for valer apenas nem me ligue
Se não for para ser sincera, nem me procure
Preciso acreditar, em tudo que me diz
Preciso acreditar que vai valer a pena.

Cada segundo que me beijar, deve ser importante
Não sou um objeto de satisfação sexual
Sou muito mais que isso, o prazer que te dou é verdadeiro
Sempre quando vem me beijar, faço valer a pena.

Acredito no acaso e no tempo
Odeio ser um planejador, estrategista
Assim se o acaso permitir estarei preparado
E simplesmente farei valer a pena

Farei ser inesquecível
Ao entrar em sua vida decido
Que serei inesquecível
E que uma dia perceberá

Que cada segundo que esteve comigo

Realmente Valeu a Pena.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Live Earth


Acontecerá o show "Live Earth" em copacabana dia 07 de julho as 16:00 hs. Para arrecadar fundos para a nossa nave espacial. Estarei lá. Me divertindo e torcendo por um futuro melhor. Segue a programação.
ABS.




Rio de Janeiro (praia de Copacabana), a partir de 16h:
Lenny Kravitz
Pharrell Williams
Macy Gray
Xuxa
O Rappa
Marcelo D2
Jorge Ben Jor
Jota Quest
Vanessa da Matta
MV Bill

http://liveearth.br.msn.com/event/articles/shows_geral.aspx

domingo, 1 de julho de 2007

Sete Virtudes Humanas II

















2º Prudência

Prudente seria andar com um animal
Ao invés de com homens conversar
Melhor seria esconder meu rosto ancestral
Que com o coração rastejar

Minha prudência é a minha paciência
E meu odor, ah esse sim é uma insolência
Equilibrar-me em uma corda bamba?
Não, a gravidade essa sim, me ama

Prudente é minha razão
Tola é minha emoção

Se as chagas, as doenças e a guerra me chama
Com atenção, firmeza e coragem as domo
Inerte, com olhar baixo, silencioso me acalmo
Após a tempestade, a bonança será minha chama

Imprudente homem que enxerga com os olhos
Quando sua alma profetiza o seu futuro
Feliz cabeça que usa elmo espartano
A proteção é uma qualidade de ateniano

Com meus sapatos piso em cactos
Descalço até a areia fere meus passos

Meu coração sob rédeas firmes
Não permite loucuras napoleônicas
Lançar-me em um abismo íngreme
Não é nenhuma obra faraônica

Não é covardia aguardar
É apenas usar um pouco do dia
Para melhor se preparar
Para uma noite sombria

Jonathan Cabo.

Risos

"Quando você disca um número errado nunca dá ocupado."




Ultimamente tenho me pego rindo sozinho. Falar sozinho já era natural. Mas rir? Tenho percebido que a vida me deu o melhor que ela podia. E peço perdão por um dia ter reclamado. Dias que a achei injusta! Conheço o fato de que a felicidade é coisa de momento. Mas também posso dizer que é estado de espírito. Antes de dormir fico rindo e tentando não planejar o próximo sonho. Ao acordar abro um sorriso e me pergunto com o que eu sonhei para estar tão feliz. Durante o dia caminhando observo os carros passarem, as pessoas conversarem e os casais se beijarem. Derrepente percebo os músculos faciais esboçarem um leve sorriso. Assim tem sido meus últimos dias. Não entendo o por que e talvez nem exista motivos. Para essa alegria sem sentido. Só tenho certeza de uma coisa. Cada sorriso sem motivo que dou, é motivo para o próximo. Fico rindo das minhas ultimas gargalhadas sem razão. Estou aprendendo que rir é igual amar, você simplesmente ri.

sábado, 30 de junho de 2007

Quem sou eu?


















Na minha busca...
Quanto mais me conheço...
Mas me percebo como ser humano
E assim mais percebo como me odeio.

Na escada desse pensamento
Tudo passa despercebido, meus pensamentos
Não fazem mais tanto sentindo se é que um dia fizeram
Quando percebi que me encontrava, percebi que fugia de algo

Embora nem soubesse que estava fugindo
Quando caia na cama, embriagado, o vazio me cobria
O meu lençol branco predileto perdia a cor e não me aquecia
Meus olhos se perdiam ao olhar o teto, que girava como a minha vida

Essa escada comecei a descer, sem saber o que estava a me esperar
Até o sono profundo... E como um vampiro, dormia de dia
Preso aos meus novos prazeres e encarcerado no trabalho
Esqueci qual era a cor do dia, e como era quente o sol

Ao escrever essas linhas em minutos sóbrios,
Vejo a minha vida sem rumo e sombria
Não está triste, talvez incompleta
A minha sede não está saciada

Certamente não será o álcool
Que irá me curar...
Nem eu mesmo
Só o Tempo.

Jonathan Cabo.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Memórias

























Tenho uma memória boa...
Lembro-me do primeiro beijo
Lembro-me quando brincava com meu pai
Ou quando ele chegava embriagado.

Lembro-me de cada briga que tive com meu irmão
Certa vez ele quebrou a clavícula...
Lembro-me quando ele caiu de bicicleta
Do terraço de uma casa... Ou quando brigamos do mesmo lado.

Tenho a memória boa.

Lembro-me de cada lição de vaidade que recebi de minha irmã
O quanto foi importante, embora como homem achasse fútil
Lembro-me dos meus sapatos engraxados...
E da gola da minha blusa bem passada.

Minha mãe é eterna lembrança.... Lembro-me de cada beijo.
De cada satisfação. Ou de cada bronca.
Lembro-me o quanto trabalhou.
Para que um dia me visse aqui (...) escrevendo?

Tenho a memória boa.

Tenha cada amor de minha vida guardado
Cada qual tem seu espaço.
Maior ou menor? Não vem ao caso.
Tem seu espaço.

Lembro-me de cada amigo...
Distantes? Sim, talvez...
Ainda sempre serão meus amigos.
Lembro-me de cada aventura.

Tenho a memória boa.

E esse é um dos meus maiores fardos.
Não esqueço as trapaças, nem as magoas.
Esse é um dos meus maiores dons.
Não esqueço o carinho e o amor.

Tenho a memória boa, para poder lembrar,
O quanto fui feliz.
E guardarei na memória
O quanto sou feliz.

As sete Viturdes Humanas

Como já escrevo sobre os sete pecados capitais... Resolvi escrever um contra ponto a esses com as sete virtudes humanas.




1º Justiça

Respeite o meu direito de existir
Abaixem as espadas quando meu canto extinguir
A cegueira me tornará virtuoso
E a beleza da balança equilibrará o honroso

Nenhum juiz exclamará!
Assim, nenhum réu indagará?
A verdade essa sim expandirá
Na velocidade da luz dos nobres, ela explodirá!

Corações tortos vão se santificar
Os anjos e as rosas passaram a invocar
A divina justiça por fim...
Sem fim... Acabará!

As ideologias análogas e complexas
Pela justiça irão se simplificar
E antigas profecias e poemas sentiram as flechas.
E a justiça por fim irá canonizar

O bem e o mal
O belo e o feio

Pois a justiça seja feita...
Na sua balança tudo se equilibra.

Soneto - Shakespeare




I

Dos mais belos seres, queremos mais,
De tal forma que não finde jamais a rosa da beleza,
Mas enquanto as mais maduras decrescem com o tempo,
Seus rebentos jovens possam relembrar suas memórias:
Mas tu, contratada a seus lindos olhos,
És auto-suficiente na luz de tua chama com tua beleza,
E crias a fome, onde está a abundância,
Inimiga de ti mesma, tu, que és tão doce, a ti mesma tão cruel.
Hoje frescamente ornamentamos o mundo,
E pareces a única capaz de anunciar a abundância da primavera,
Mas eis que dentro de teu próprio botão enterras tua essência,
E, tolinha, ocasionas um de´sperdício na natureza,

Tem pena do mundo, ou então isto seria egoísmo,
Consumir o quinhão que ao mundo se deve, e isto ao túmulo, e a ti mesma.

II.

Olha bem teu espelho e diga que rosto fitas ali,
O momento chegou em que esse rosto devesse formar um outro;
Cujo frescor, se não o renovares agora,
Trapacearias o mundo, tornando aquela mãe que o deveria ser, uma infeliz!
Pois quem não gostaria de ser filho teu?
Ou quem é aquele que se adore tanto
Que possa ser o túmulo da auto-estima, detendo a posteridade?
Tu és o retrato de tua mãe, e ela em ti,
Relembra a linda primavera de seus melhores dias:
Dessa maneira, verás pela janela dos anos,
Tua época dourada, apesar das rugas,

Mas se viveres, lembrada para não ter posteridade,
Morre solteira, e nesse caso tua imagem morre contigo.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

A primavera dos excluidos...




"Os poderosos poderão matar uma, duas e até três rosas...
Mas nunca conseguiram deter a primavera"


(Ernesto "Che" Guevara")

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Da minha Morte




Falecerei obviamente do coração
Como deve morrer todo poeta que sofre
Minha morte não mais cruel que a sua
Mas também não é menos dolorida

O homem da foice não me tirará essa fé
De saber que meu coração não suportará
Essa verdade tenho dentro do peito
De tanto que já o fiz bater

As vezes bate mais que um relogio cuco
Causaria inveja à uma bomba de hidrogenio
Começa tão subtamente que acredito ser a hora
Passa-se segundos e minutos, uma hora não...

E não morro.
Mas sofro...
Ainda Vivo...
Um pouco mais morto.

Daí se acalma como uma bonasa
Daquelas após tempestades
De segundos agitados passa para dias cansado
Pobre coração meu, por que o faço sofrer tanto

Ou por que me faz sentir-me um zumbi
Achado que morrei daqui a um segundo
Quando você voltar a bater forte
Quando você voltar a sofrer com meus amores

O que me cerca?





Mais um pensamento sobre mim...
Talvez já esteja cansando disso!
Mas como não perceber o que está tão aparente
Como fechar os olhos para o que me cerca

Eu um estúpido confuso, um letrado ignorante...
Que provavelmente erra ao escrever seu próprio nome.
Um romântico piegas, e talvez conquistador barato.
Não entendo por que o melhor me cerca.

Não entendo a tamanha sorte que me foi dada.
Nem me lembro a última vez que fiz uma caridade
Por que então ser tão amado e confiado?
Talvez nem tanto, é verdade. Pode ser uma mera ilusão.

Pode ser que busque esse amor e encontre até onde não exista.
Será que é isso que me cerca?
Um monte de mentiras que invento para eu mesmo?
Melhor não cair nesse abismo não saberei voltar.

Faço o melhor de mim, e isso já é o bastante para tanta gente.
Será que elas dependem de um simples gesto de amor e carinho.
Hei! Isso deveria ser normal! Todos deveriam oferecer no mínimo um gesto
Não custa nada. Como é bom ser amado.

No meu tempo vazio, um imenso vácuo branco...
Sem direção
Trilhas
Pistas...

Caminho sem esperar mais nada de ninguém.
E lá me vem a bendita sorte e me oferece mais do que mereço.
Sabe aquela arvore que prometi plantar? Pois é... Promessas.
Aquele livro que está pronto... Preguiça.

Aquele filho? Ah, que filho?

Sonhei com ele me rodeando. Fazendo parte do meu mundo.

Mas apenas sonhei.

As flores que me cercam são mais lindas que imaginei.E permaneço inerte.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

O Cavalo da Cidade




O Cavalo da Cidade

A chicotada me fez acordar para a aberração
A cabeça baixa me fez pensar sobre... e quase chorei
Me odiei ao saber que pertenço a espécie dominante
E em ainda mais raiva tive de mim, ao perceber minha impotência

Ainda com olhos fechados, imaginei...
Tempos atrás, planícies verdes...
Galopes ágeis e o vento na cara.
Grupos em completa liberdade. Na sua essência.

O Potro mais jovem apostava corrida com o espírito...
Corria atrás da silhueta que a sobra da águia fazia.
Galopava feliz, e bebia água em SEU rio.
Tinha um dono, que se chamava liberdade.

O filho do Potro foi apanhado e levado.
Talvez pelo meu tataravô, homem gentil por sinal.
Embora tivesse um amigo beberrão.
Tratou o filho do potro como seu filho

O beberrão surrava outros.

Ali se perdia uma essência, a da liberdade...
E se cometia um crime a escravidão.
O amor poderia até existir...
Mais o amor próprio havia morrido.

O filho do Potro, teve um filho
E esse nem sabia quem era o tal liberdade
Que criou o seu avô.
O seu pai lhe falou do amor que recebia do meu tataravô.

Não sei quantas gerações já se passaram.
Mas hoje vi, um desses belos animais,
Amarrado, chicoteado, selado e guiado
Por um beberrão.

Imaginei que o amigo do meu tataravô tivesse vida eterna.

A cabeça baixa daquele belo cavalo
Não sonhava mais.
A nele não havia nem uma vaga lembrança
Do dono liberdade

O amor também havia acabado.
Não estava domesticado
Estava escravizado.
Fadado a falecer carregando entulhos.
Lixo que produzi ontem.

E como me odiei

E tudo pode ser ainda pior.
Quando desejei a morte
Não a minha...
Mas do Cavalo.

Tentando com orações...
Que ele pudesse em outro lugar
Correr atrás da sombra da Águia.
Que ele pudesse voltar a galopar

Por planícies mais belas
Que pudesse transforma-se em corcel
E que voltasse a correr
Sobre as nuvens da liberdade.


Jonathan Cabo.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Hoje





Hoje







O que bem sei no dia de hoje....
E que, não tenho mais certeza.
Não me lembro a última vez que a tive.
Um Lapso de luz aparece... Mas quem garante?

Ninguém pode afirma até onde devemos acreditar,
Na verdade ninguém pode afirmar nada!
nem tudo que pare-se real é material
E que seje metafisico menos créditos dou.

A minha instabilidade me cansa.
Tanta coisa me cansa, que me sinto fatigado...
Onde você está? Aquela mão para afagar...
Matei a carencia, e joguei a solidão do décimo quinto andar,

Não sofro mais disso. Mas ainda sofro.
Um sofrimento desconhecido.
Que me apunha-la pelas contas sempre derrepente
Olho para trás, e não me vejo. Sumi.

Sumi no passado, e que tanto desejei esquecer.
Enfim um bom sinal. Talvez a punhalada fosse um alerta...
Uma chamada. Ou apenas uma certeza, de que perdi.
Então não posso mais sofrer, já que a derrota já trato como vitoria.

Não me lembro a última vez que chorei....
E me pergunto, será que chorei.
Estou ficando tão cansado assim?
Que nem chorar consigo mais?

Não quero ter essa certeza,
Assim como dispensei as outras....

Esse mundo estupido me cansa.

Cada dia acredito mais em meu cão.
E as pessoas... Ah, sim. São selvagens.

Precisam ser domesticadas...
Enjauladas...
Amarradas....
Ou até sacrificadas.

Para que aprendam.

O quanto é bom ser gentil.
O quanto é bom ser generoso.
O quanto é bom, tentar ser feliz.
O quanto é bom, tentar acreditar.

Ofereço meu corpo se precisarem de um martin.
Meu espirito não levariam, por nenhuma causa nobre.
afinal, não sei até onde vai sua nobreza.
E assim vou vivendo...

Dia após dia.

Cansado desse mundo.
Dessas pessoas...
amando o meu cão.
E brigando comigo.

Esse é o meu hoje.

Jonathan Cabo

A estrela da Música!




Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.


Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.

(MEIRELES, CECILIA)





Aos que virão depois de nós


I

Eu vivo em tempos sombrios.
Uma linguagem sem malícia é sinal de
estupidez,
uma testa sem rugas é sinal de indiferença.
Aquele que ainda ri é porque ainda não
recebeu a terrível notícia.

Que tempos são esses, quando
falar sobre flores é quase um crime.
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranqüilamente a rua
já está então inacessível aos amigos
que se encontram necessitados?

É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver.
Mas acreditem: é por acaso. Nado do que eu faço
Dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado.
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)

Dizem-me: come e bebe!
Fica feliz por teres o que tens!
Mas como é que posso comer e beber,
se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
se o copo de água que eu bebo, faz falta a
quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo.


Eu queria ser um sábio.

Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria:
Manter-se afastado dos problemas do mundo
e sem medo passar o tempo que se tem para
viver na terra;
Seguir seu caminho sem violência,
pagar o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, mas esquecê-los.
Sabedoria é isso!
Mas eu não consigo agir assim.
É verdade, eu vivo em tempos sombrios!

II

Eu vim para a cidade no tempo da desordem,
quando a fome reinava.
Eu vim para o convívio dos homens no tempo
da revolta
e me revoltei ao lado deles.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.
Eu comi o meu pão no meio das batalhas,
deitei-me entre os assassinos para dormir,
Fiz amor sem muita atenção
e não tive paciência com a natureza.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.

III

Vocês, que vão emergir das ondas
em que nós perecemos, pensem,
quando falarem das nossas fraquezas,
nos tempos sombrios
de que vocês tiveram a sorte de escapar.

Nós existíamos através da luta de classes,
mudando mais seguidamente de países que de
sapatos, desesperados!
quando só havia injustiça e não havia revolta.

Nós sabemos:
o ódio contra a baixeza
também endurece os rostos!
A cólera contra a injustiça
faz a voz ficar rouca!
Infelizmente, nós,
que queríamos preparar o caminho para a
amizade,
não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos.
Mas vocês, quando chegar o tempo
em que o homem seja amigo do homem,
pensem em nós
com um pouco de compreensão.

...

Com Cuidado Examino

Com cuidado examino
Meu plano: ele é
Grande, ele é
Irrealizável.

...

Como Bem Sei

Como bem sei
Os impuros viajam para o inferno
Através do céu inteiro.
São levados em carruagens transparentes:
Isto embaixo de vocês, lhe dizem
É o céu.
Eu sei que lhes dizem isso
Pois imagino
Que justamente entre eles
Há muitos que não o reconheceriam, pois eles
Precisamente
Imaginavam-no mais radiante

...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

A Vida







Já perdoei erros quase imperdoáveis,



tentei substituir pessoas insubstituíveis



e esquecer pessoas inesquecíveis.



Já fiz coisas por impulso,



já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,



mas também decepcionei alguém.



Já abracei para proteger,



já dei risada quando não podia,



fiz amigos eternos,



amei e fui amado,



mas também já fui rejeitado,



fui amado e não amei.



Já gritei e pulei de tanta felicidade,



já vivi de amor e fiz juras eternas,



"quebrei a cara" muitas vezes!



Já chorei ouvindo música e vendo fotos,



já liguei só para escutar uma voz,



me apaixonei por um sorriso,



já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (acabei perdendo).



Mas vivi, e ainda vivo!



Não passo pela vida.



E você também não deveria passar!



Viva!



Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é "muito boa"



para ser insignificante.



Chaplin

domingo, 17 de junho de 2007

Rosa - Valsa

Dificil acreditar que fui inspiração para algo tão completo e bonito.


A minha felicidade diante do que li, é incoparavel com qualquer outra coisa do universo. Obrigado a autora.


Rosa-Valsa


E esta noite eu dormi...

Ao teu som o último volume...

E hoje,

Pensando nisso eu novamente pude dançar sozinha


Nosso disco sem lançamento

Nossa peça em pré-estréia

Se ultrapassará quando as novas primaveras alcançar.

Pensando,em mim,valsei sozinha esta noite.


Meus passos desmarcavam qualquer possível tentativa de ensaio,

A qual pudesse tentar sozinha.

Estudava a dança e desritmava...

O que pra mim consistia em ser ainda mais perfeita.


Tão perfeita,me divertia cruelmente.

Ainda assim valsei, Tentando na noite algo de ti guardar.

E a cada valsa desmarcada...

Retornava,como se tivesse perdido meus sapatos.


Ainda assim,de pés descalços corria pela areia,tentando afogar mar a fora...

E hoje,pensando nisso novamente pude dançar sozinha.

Ainda que corresse mar a fora, não escolhi meu mar, Tão covarde ou mais...

Mar a fora corria Mar a dentro me trazia...


Estou valsando sim,sozinha...

Logo eu! Nunca quis colecionar...

Ainda podo rosas premiadas para pôr-te no lugar.

Relatos que me cansem... Os seus!


Pouca e van filosofia! A nossa...

Talvez já não te queira entender...

Não mais jogar teu jogo,cair na van filosofia.

Não mais, desapontar-me ou deixar-te em nostalgia.


Que continue longe, Do inalcançável acontece obsessão!

Quero eu manter os pés, o chão.

Não deixe que eu estrague tudo quando me cansar

Seja meu travesseiro mais fofo,


Ainda que não seja único Seja rosa vermelha ou amarela...

Cuide a primeira do nosso jardim.

Dançando sozinha,acompanhada...

No ritmo,acelerada,descompassada!


De você eu vou lembrar...

E não pudesse resgatar, Todo jardim...

Lutaria contra ti! Contra mim! Obsessão mais branda...

Terei a rosa única! Podando a cada dia se for pra preservar.


Não me culpe e me perdoe.

Se um dia acontecer Eu não quiser pra mim o mar.

Apenas... Lógica clássica! Uma ilogicidade...

A indubitável ceptibilidade não nos permite lembrar de histórias.


Onde se perdem os fatos,não acreditar nos sinais do amor.

E dizer que as coincidências não me atraem.

Os sonhos se confundem,se já não há realidade e se só coincidências,sê apenas sonhos!

Laços sem momentos...


Por que sentir saudade?

Arrependimentos?

Só se for pro tempo,possa eu, Você ter.

Irei brigar calada pela sua indecisão.


Não há amor nem amizade, Então pra mim não há nada!

E o nada pouco importa.

Talvez eu seja mesmo abstrata, De mim...

Já não sei do que se trata!


Meus versos,rimas e poesia,não sei a você dedicar,

E há pesar!Tu és a rosa do poema...

Ante uma dedicatória uma inspiração...

Você planta próprias cinzas, E sementes que um dia jaz germine,não Vai quebrar meu coração!


Não será mais um no seu milhão.

A diferença...

Saber de mim ou de você, Nem tudo eu lanto pra colher.

O que germina,demora pra crescer, Mas germina,logo irá aparecer.


Muito se plantou,pouco... Até que se colheu.

Flores belas,um jardim!

Talvez por isso[eu]prefira conservar, Apenas assim...

Certas coisas se conservam,separam,no momento.


Pra não acabar. Eternizar pra mim.

Pra alguém que nem sabe ainda o que fazer.

Eu!Contraditória!

Você,cinquenta por cento, Deixa-me assim,isso não é bom pra mim...


Levar tempo a fora Da maneira que se é Ainda vou pisar nas flores,destruir todo qualquer jardim.

Talvez por isso[eu]pretenda cnservar,apenas assim.

Eu fujo mar a fora, Mar a dentro me retorna a você.

Nunca esquecerei seus momentos mais fraternos Pra mim o que importa


Os mais ternos Quero guardar!

Não os mais sinceros, Não ocultos, Não a um elo inicial fragmentar, Pelomenos amizade,tem de restar.

Por mais que pra você não importe,seja tudo ou nada Pois seja nada!

Não aceite,compreenda.


Pois há tempo,tudo pode mudar, Razã que me faz querer preservar

O pouco que se plantou em dois lados

Loucos!

Inversos e vezes insanos Que amam!


Cada um a sua maneira e intensidade Muitas e diferentes pessoas E livres!

Como o vento...

Porém ainda assim, Incomparáveis!

Diferentes de tudo que o mundo os cerca poderia compreender.


Ninguém termina um poema valsas rosas com simples beijinhos,

Assim como sei,nunca escrevi algo tão grande ou juntei versos tão soltos

Vinte e um pedaços de papéis

Coloridos enfeitando letras meramente desconjuntadas.


Compõe melodia simples e brejeira,

Começada muito antes de olhares-encontro,

Despedidas ou qualquer coisa na vida!

Amigo ou eu não sei,


Convido-te pra valsar...

E do jardim fazer parte, Minha vida!

Se ainda assim...

A sua minha noite sem encontro, E sem valsa...

Guardará ainda uma rosa que mais quero.


Se pra você tudo é o tempo!

Tudo ou nada...

Pra mim tudo ou nada cosiste. Tudo!

Que posso salvar antes que o tempo se encarregue

De apagar.


*12:20 P.M/1:55 A.M. Junho de 2006.













quarta-feira, 6 de junho de 2007

Novos Pensamentos - Lobo da Estepe


Carta ao meu eu

Da fraqueza

Por algum motivo que nem sempre conhecemos, chegamos a estados criticos do corpo e da alma, momento em que tudo parece que vai se romper como um tendão dolorido, que massagens não resolvem mais. Por mais que lutemos contra todas as adversidades e obstáculos, chega um momento que nosso espírito e matéria entra em colapso, nervoso e depressivo. Difícil seria localizar o ponto bom disso tudo, mais ainda assim com as únicas ultimas forças que nos restam, nos finos fios de lã que ainda está esticado, percebem que as tempestades fazem com que tomemos medidas necessárias para um novo curso da nau. Não conseguimos de imediato retira-la da deriva, ela manten-se instável e inavegável, arredia e rebelde. O timão já não nos respeita, joga a embarcação de um lado para o outro, quase encostando-se aos recifes, fazendo com que naufraguemos de vez. Mas a força, o ultimo fio, o ultimo gás de esperança, nos faz segura-lo, mesmo sem poder domina-lo, mesmo que sem poder coloca-lo no curso que queremos, mas ao menos o seguramos, com a força de uma lebre mais com o coração de um leão. A mente que mal consegue agir conforme o corpo, medita em estados longínquos do real, orando de forma pessoal e informal, com seus próprios problemas e suas próprias indagações. E é neste momento que tudo se divide, que o corpo permanece apenas como matéria, nossa mente se tornam pensamentos soltos e o nosso espírito estica-se para encostar os dedos no patamar divino, tornando-se luz. Ofusca a própria tempestade, consegue abrir as nuvens, e acordam os anjos. Os alerta de um fim próximo de mais um ser terreno, que luta para permanecer terreno, luta para poder ainda degustar das mas gostosas maças ou doces, luta pensando nas luxurias que o corpo ainda pode provocar em sensações maravilhosas. O ser terreno luta para não se tornar mais uma alma, que ele acredita não poder experimentar de sensações tão divinas. Por fim, atendendo ao desesperado clamor humano, o paraíso abre seus portões; não para que mais uma alma entre, e sim para que seu exercito ajude aquela a permanecer nas suas tentações mundanas e tão vulgares.

Em busca

Em busca de algo que não sabemos exatamente onde está, flutuamos, navegamos a deriva. Sem ter uma plena certeza de onde chegar, e nem que vai nos receber. Ainda assim esperamos o melhor que o mundo pode oferecer, esperamos que ele nos entenda, esperamos das pessoas muito mais que na verdade nos somos, e essa pergunta fica a nos assolar. Incansavelmente relutamos, choramos, sorrimos, em busca do ideal par nos, em busca de uma verdade que preencha o quebra cabeça de nossa existência. As vezes me percebo, perdido, desorientado, sem saber para onde ir, sem meta, louco, saindo do real, absolutamente a deriva. E nada consegue preencher o vazio que permanece dentro do peito, e a fim de encontrarmos um caminho tomamos medidas extremas, que não possuem nenhum cunho maléfico e nem benéfico, nada é certo, ou errado, é simplesmente momentâneo, fazendo parte deste momento, acreditamos que tudo poderá ser diferente quando a antigo sol surgir, quando a benção de nosso Deus, no abençoar. Esperamos isso a vida inteira, como se fosse um jogo lotérico, ou ainda, uma roleta russa, esperamos, com esperança, que ela passe e que à bala nos atinja a cabeça, pondo fim na nossa tão fosca e intendente vida. Por que não mudamos? Por que não buscamos algo novo? Pelo simples motivo de termos a certeza que estamos tentando isso a todo o momento, tentamos mudar a cada minuto, tentando alcançar os nossos ideais e metas, a nossa tão sonhada felicidade. Tentamos sim, a todo momento, e embora para muito não estejamos fazendo o suficiente, o Maximo está sendo feito. Quando tentamos fazer o que nos recomendam, quando tentamos mudar mais que o nosso corpo e espírito agüentam, acabamos falhando, acabamos por escolher um sentindo não natural da nossa própria existência, contrariamos a nos mesmos, por não ter feito o que na verdade o nosso coração apontou como a melhor opção, por mais que não fosse uma mudança radical, ou por mais que tenhamos a certeza que isso não mudaria a nossa vida, ou pior, por mais que isso não ajuda-se em nada na nossa busca o ideal seria seguir cada momento, o que ele próprio pode oferecer. Os arrependimentos virão com certeza, do amor que não lutou, ou se tivesse lutado da aflição que posteriormente teria, por ter permanecido em um romance frustrado, sem nunca ter arriscado outra opção. Por isso cada uma de nossas atitudes tomadas por nos mesmo, independente de suas conseqüências, fazem parte do nosso aprendizado, fazem parte do nosso momento. Ou daquele momento, mas enfim de algo isolado o qual não podemos mudar. Pois já está mudado. Já é uma certeza absoluta e que não deve nos afligir no nosso futuro, quando buscamos incansavelmente o nosso eu, estamos mudando radicalmente a nossa existência, quando aceitamos uma religião, ou uma crença para no encaminhar mais rapidamente para o nosso auto conhecimento, estamos tentando manipular, ou melhor, burlar a natureza. Forçadamente quebramos a rota simples do nosso destino, quebramos a vara de sustentação do nosso ser. O auxilio forçado que tenta nos encaminhar para a nossa felicidade, é uma maldade que cometemos ao nosso espírito. Por fim a nosso busca no mesmo local onde ela começa, numa mudança gradual e ininterrupta da nossa verdade, do que acreditamos que seja a coisa certa. Tudo caminha, o mundo não para de girar, e se um dia alguém pudesse fazer ele se movimentar mais rápido do que se movimenta, o dia teria menos horas e nos seriamos lançados para fora da órbita como um automóvel que acelera derrepente e lança o nosso corpo contra o painel.

Na Aflição

Digo ao meu ser hoje que não há nada mais natural que a aflição, da mesma forma que sinto sede, fome e amor, a aflição é constante nos nossos corações. A vontade de realizar o que ainda não foi realizado. A vontade de tentar nos redimir por algo que na verdade nem temos certeza que erramos (e realmente não erramos). Nos aflige cada segundo de nossas vidas. A simples espera por uma condução aflige a nossa paciência. Um “não” de um amor aflige o nosso ego. A permanente aflição está entranhada em nosso espírito que luta durante toda a sua existência, eliminar esse tão terrível vírus, mutável e capaz de se transformar em cada circunstância de nossas vidas. O coração fica tão apertado como um caroço de abacate, mudo, entristecido, retorcido acreditando que nada será capaz de mudar o que ele sente. Como se uma flecha o tivesse atravessado e permanecido ali durante décadas. A única coisa que ele não sente no momento desta aflição é que ele já foi feliz, em algum momento, que ele já bateu forte reguzindo-se de felicidade, irradiando alegria e energia, nem que tenha sido por curtos minutos, ou por alguns milésimos de segundos após ouvir uma piada burguesa. Mas realmente o que importa, é perceber que não é de sua natureza a constante aflição. Da mesma forma que não sentimos fome o tempo inteiro, a tristeza não é permanente. Talvez o maior de todos os problemas seja, estarmos o tempo todo tento conserta-lo, faze-lo dor menos. Essa é a grande questão da aflição. Quando estamos trabalhando ou estudando horas a finco, e sentimos fome, não pensamos que é o fim do mundo, não tentamos nos matar ou correr para longe da civilização, conforme pensamos em fazer quando o nosso coração está atormentado. Hoje durante as dezoito horas que fiquei acordado provei a mim mesmo que conseguimos superar as mais contundentes dores. Não acredite em mim. Eu consegui, talvez você não consiga, não que não seja capaz, mas talvez ainda não tenha chegado o momento de superar e de recomeçar. Precisa sofrer sentir a real capacidade e força da aflição. E assim termino menos aflito por ter escrito o que sentia vontade de escrever e com apenas uma verdade, ela é constante.


Do Medo

Hoje enquanto andava pela praia de manhã percebi o quanto às pessoas temem o que nem mesmo conhecem, elas andam com olhos fixos em um ponto e pouco se importando com quem passa ao seu lado. Não olham nos olhos, preverem correr a sentir por um segundo o que a troca de um olhar pode trazer. Ao mesmo tempo em que é angustiante é fascinante, saber até onde vai o medo, ou o preconceito das pessoas. Ou ainda pior, até onde vai a vontade das pessoas em não quererem olhar para o lado, para o que está em sua volta, para a própria sombra, ou vento que corre em outra direção. O medo do escuro, da morte, do roubo, da violência, o medo é o pior sentimento que podemos sentir. Medo de viver de estar aberto ao mundo, de tentar compreender as coisas mais simples que ele nos tem a oferecer. O medo profundo, abissal e noturno, deixa as pessoas cegas, surdas e mudas. Será que vivo em uma sociedade distintas ou isso é natural ao ser humano. Não acredito na segunda hipótese, pois sempre vi o ser humano tão destemido e aberto a novas possibilidades que me dá medo pesar que essa natureza morreu. Isso me faz achar então que tal medo é inerente a minha cultura, ou ao meu grupo social, ao meu povo. Carioca, nascido no Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, da Garota de Ipanema e da praia de Copacabana, em pleno século XXI, mais precisamente em 2007. O medo tomou conta do meu povo. E rezo para que essa carta chegue em mãos extraterrestres um dia. Talvez daqui a trezentos anos a encontrem dentro de uma garrafa lançada ao mar, e percebam, o medo do próximo que a minha sociedade viveu. O medo de se comunicar de se sentir estranho e diferente diante de mesmos. O individualismo, e a falta de solidariedade devem ser lembrados, não de forma saudosista e sim de forma medonha. Pois eu como contemporâneo a esse tempo digo. Não é nada bom sentir medo de nos mesmos.

Da Mentira

Um belo dia, que para quem lê pode ser o hoje, ou o amanhã, mas que na verdade será eterno, digo; Tudo é mentira. A minha afirmação determinista mais individual é fruto da reflexão dos sons, imagens e principalmente do tempo. A visão que temos é sempre contraria ou mentirosa, inúmeros autores já disseram isso. Sartre é um deles (Imaginário).Que tenta nos convencer que nenhuma imagem é real a não ser aquela que já está fixada em nosso imaginário, na nossa consciência que nem sempre é cociente o que vemos, não é na verdade o que é. Toda cor é vista de forma diferente de uma pessoa para outra, uma cadeira nunca é vista do mesmo ângulo para duas pessoas. Ou seja, toda a imagem que temos da vida, do nosso cotidiano, do nosso alimento, do nosso trabalho ou estudo não passa de imagens ilusórias criadas para nos convencer das nossas verdades, ao fecharmos os olhos e dormimos nada mais daquilo povoa a nossa mente, e tudo deixa de ser imagem, apenas ilusões, acreditamos e vivemos atrás daquelas que melhor o nosso cociente nos convenceu.Mas devemos seguir. Nenhuma palavra tem real força e verdade Hermann Hesse (Sidarta), pois elas não possuem cheiro e nem cor. Pensando materialmente realmente as palavras não são nadas, estão jogadas ao léo. Reflitam se quiser. São pensamentos mal escritos ou mal interpretados por um autor ou por um leitor. Tente imaginar que nada que escrevo, é na verdade o que eu queria escrever. Tente imaginar que tudo que está aqui escrito é uma grande mentira com intuito de convenser-lhes da minha verdade que nem é tão minha assim, já que às vezes não encontro palavras par expressar o que na verdade quero dizer. Isso é confundir. Isso é tornar a vida difícil. E é claro que ela pode ser mais fácil, é só sorrir. Mas tentem entender que mesmo que tudo que eu escreve-se fosse verdade, mesmo que eu consegui-se por uma iluminação divina escrever palavras certas, no tom certo e mais verdadeiro possíveis. Ainda assim cada um as leria de forma diferente assim como uma obra plástica é vista. E provaríamos mais uma vez que tudo é uma grande mentira. A visa é uma farsa, uma comédia Del’arte o qual ninguém é protagonista, se assim pensar colocará o mundo em torno do seu umbigo e acreditará mesmo que é o centro do mundo. E convém nos dizer; Não sejamos tão egocêntricos assim. Somos sim a platéia, uma platéia que se assiste que tenta entender nos outros espectadores alguma razão por estamos nos assistindo. Com rostos curiosos buscamos, no não entendimento alheio resposta para o nosso não entendimento. E assim voltamos para a grande mentira. Para a “Matrix” o nosso “Admirável Mundo Novo” e quando achamos que encontramos um caminho, que obviamente seria a nossa verdade, voltamos a mentir, pois cada verdade dura apenas milésimos de segundos. E em seguida o tempo as desfaz.